terça-feira, junho 20, 2006

Insónia

Longo dia que cai,
Entrelaçado com o nascer de outro.
Que faço ainda acordado?
Acordei com um pensamento louco...
Os gatos remexem no lixo lá fora
E o chá já ferve na chaleira.
Vou remexendo os meus pensamentos
Por entre um trago ou dois de cidreira.
Não vejo os dedos que deambulam,
Sobre as teclas deste diário de bordo.
Não aguento este calor que sufoca
A alma, o ego e o humano.
Gostava de ver já o azul e a nuvem branca
Que me acalmam com o sol a brilhar.
Fechar os olhos e sentir entre tempos,
Cada raio de luz, cada pulsar.
Viajo nos céus com o meu balão,
Cheio de sentimento, cheio de ar.
Cruzo os horizontes à bolina.
Busco o paraíso, aquele olhar.
Um oásis com o teu brilho,
Com mil cheiros de delirar.
Com as linhas do teu perfil.
És o mapa que estou a cruzar.
Procuro a marca assinalada em xis.
Onde está o tesouro tão desejado...
Encontro uma flor-de-lis,
Num leito verde onde sou amado.
Bocejos, desejos, segredos...
Desvaneço num cansaço vil.
Reencontro a almofada branca.
Deixo-te aqui os sonhos e beijos mil.